quarta-feira, 11 de maio de 2016

Controle ou influência? Não adianta pintar a galinha de preto que ela não vira urubu – 2.



                Não adianta Hayes, Biglan e outros companheiros chamarem controle de influência; a contingência em vigor continua funcionando do mesmo jeito. Já o chamado reforço não contingente pode reforçar qualquer coisa, menos, ou até mesmo eventualmente  o comportamento que deveria controlar/influenciar,/regular (aceitamos sugestões de verbos ainda mais politicamente corretos).

                Por definição, se diz que uma possível  consequência é não contingente quando sua ocorrência independe do comportamento que estamos examinando. Diz-se que há contingência quando esse comportamento e essa consequência estão associados por uma relação condicional do tipo “se em tais e quais situações esse comportamento ocorrer, então, dependendo de certas exigências, essa consequência ocorrerá”. Quando há contingência há controle/influência/regulação; quando não há contingência, nada está garantido.

                Um exemplo atualíssimo para quem não entende o behaviorês: o caso do “Minha Casa, Minha Vida”. Esse programa do governo na verdade são dois; um deles é o MCMV “Entidades”.  No MCMV original, o dinheiro é repassado para empresas de construção dependendo do andamento do que é contratado – há contingência. No MCMV “Entidades” o dinheiro é repassado periodicamente sem contingência, independentemente do andamento do que foi contratado. Moral da história: no atual governo as “entidades” representativas dos movimentos sociais atrelados aos partidos só entregaram cerca de 9 por cento do que foi contratado, em contraste com 87% das empresas. Serão as empresas mais honestas que os movimentos sociais? Ou será que consequências contingentes controlam mais que repasses não contingentes?


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