quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Seria Roberto Damatta um behaviorista?


            Se não for, no último dia 9, no Caderno 2 da Folha de São Paulo, página C8, ele escreveu como se fosse:

“Seres humanos são duas coisas ao mesmo tempo. São indivíduos fechados nas suas sensibilidades e projetos e são uma multidão de relações que redefinem a experiência individual, enfeixando todos e cada conjunto de elos sociais que os enredam em totalidades.  ... O lado individualista é, como dizia Durkheim, regido pelo egoísmo, mas o egoísmo foi aprendido como um valor na coletividade em que vivemos. Ninguém nasce feito e, embora existam feixes nervosos universais, o que eles ajudam a transmitir são as mensagens que aprendemos no grupo que nos fabricou e que se exprimem pela língua que define o nosso mundo. Ninguém é um planeta ou uma ilha. Estamos todos na corda bamba, que oscila entre a queda no fosso dos interesses pessoais ou no implacável chão da honra coletiva. ”

Para quem não conhece, aqui vai um exemplo do que escreve Skinner em “Ciência e Comportamento Humano”, de 1953 (tradução publicada em 1967):

“No sentido mais amplo possível, a cultura na qual um indivíduo nasce se compõe de todas as variáveis que o afetam e que são dispostas por outras pessoas. O ambiente social em parte é o resultado daqueles procedimentos do grupo que geram o comportamento ético e a extensão desses procedimentos aos usos e costumes. ”  ... “Os grupos especiais aos quais pertence – do grupo de brinquedos ou turma de rua, até organizações sociais de adultos – têm efeitos semelhantes. ”


            

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