quinta-feira, 24 de outubro de 2013

AINDA SOBRE ANIMAIS USADOS EM PESQUISA

Transcrevo texto de especialista a mim enviado pela internet:




https://mail.google.com/mail/ca/u/0/images/cleardot.gif
Texto de Rogério Pietro Mazzantini
Como profissional da área de saúde com experiência em pesquisa, sinto-me na obrigação de esclarecer alguns aspectos dos testes realizados em modelos animais, especialmente porque a falta de informação pode levar a conclusões enganosas.

A legislação brasileira não permite testes de medicamentos e cosméticos em animais, ela os EXIGE. E é assim na maioria dos países desenvolvidos.

O caso da “geração talidomida” no final dos anos 50 é um bom exemplo para entender o motivo da existência de testes em animais. A talidomida é um medicamento lançado na Alemanha com indicação para combater o enjoo em mulheres grávidas. Naquele tempo, os testes em seres vivos eram pouco rigorosos, por isso a talidomida não foi testada em animais durante a gravidez. Como resultado, milhares de mães que usaram o medicamento enquanto esperavam bebês deram à luz crianças sem pernas e/ou braços, daí o nome de focomelia (de foca) para aquele tipo de deformidade. Mais de 10 mil crianças foram afetadas.

Para impedir ou reduzir os riscos de que casos assim se repitam, são usados modelos animais controlados por Comitês de Ética em Pesquisa Animal.

Nenhum medicamento ou cosmético pode ser comercializado sem que antes passe por estudos de diversas fases, sendo as primeiras em animais e, depois de constatada uma relativa segurança, em humanos.

Por isso, essas listas de empresas que “não usam animais para testes” só podem ser lamentadas. TODO cosmético ou medicamento industrializado passou por testes em animais, nem que tenham sido feitos em empresas terceirizadas em outros países apenas na fase inicial de pesquisa. Do contrário, não estariam no mercado.

Assim, por pura coerência, os ativistas de defesa dos animais talvez pudessem repensar o uso que eles fazem de cosméticos, maquiagens, batons, cremes de barbear, xampus, protetores solares, pastas de dente etc. Além disso, se eles realmente querem boicotar empresas que usam animais para testes, poderiam começar deixando de tomar qualquer tipo de remédio registrado, inclusive todas as vacinas, como BCG, tétano, sarampo, meningite, poliomielite etc.

Maus tratos a animais devem ser denunciados e PROVADOS, lembrando que foto em rede social não prova nada. A legislação é muito mais rigorosa com isso do que com maus tratos a crianças...

A informação é esta. O que cada um vai fazer com ela, vai da própria consciência.


Um comentário:

  1. Prezado Prof. João Claudio.

    Através de meu aluno Ítalo, tomei conhecimento do artigo do Dr. Carlos Augusto Medeiros ) e o pedacinho que você começou a responder sobre hipocrisia. Fiquei muito "puto da vida" com o que esta pessoa escreveu. Claramente ele está sob controle de outras variáveis que não àquelas variáveis de significativa importância para a compreensão do comportamento dos organismos. Talvez fosse mais interessante se chamasse de comportamento dos seres vivos. Poderia escrever umas dez páginas contra argumentando ponto a ponto ao texto dele. Como não quero ficar te enchendo o saco, vou fazer algumas breves citações do texto em questão:
    1-"De uns anos para cá, comecei a me envolver com a causa animal...".
    2-"O que torna a vida de um animal mais dispensável que a de um humano?".
    Seguramente o Dr. Carlos é vegetariano, pois se não o for é um criminoso, pois come animais que são assassinados. Se não fosse vegetariano comeria peixes, frangos, gado bovino e até rã. Mesmo sendo vegetariano gostaria de saber se ele usa calçados de couro. Couro bovino e suíno cujo assassinato ele não deve ter se preocupado. Mesmo se andar descalço ou com sandálias de pano, contribuiu para uma matança geral de insetos quando do uso de inseticidas ou mesmo água com fumo de rolo para ser "orgânico" e matar aos pobres ovos das borboletas nas folhas de couve. E as pobres minhocas escaldadas pelo sol quando da aração das terras? Como ficam? Será que sairia recolhendo todas? Poderia ficar uns três dias escrevendo sobre inutilidades. Como quero poupar sua atenção, creio que a pergunta dois do Dr. Carlos Augusto poderia ser reescrita da seguinte forma: "O que torna a vida de uma minhoca ou paramécio mais dispensável que a de um humano?” É como você disse; haja hipocrisia.
    Gostaria de ter a certeza que o Dr. Medeiros tem que a aprendizagem ocorre da mesma forma sendo exposto às contingências (uma relação de produção em que a resposta de fazer necessariamente tem que ser emitida) e sendo exposto à leitura ou assistindo um filme. Gostaria muito que estas três classes de operantes fossem funcionalmente idênticas. Há evidências na literatura (veja Terrace; Bandura, Zajonc, etc...) que os controles das respostas de fazer, olhar e imitar são controladas por variáveis distintas . Assim, o Sniff é o estabelecimento do fracasso da aprendizagem. Ou você acha que o repertório de um rato é construído exatamente de acordo com a elaboração do repertório tosco do Sniff?
    Forte abraço. Loris

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